Distúrbios causados pelo Abuso de Videogames por Crianças e Adolescentes

O abuso de videogames por crianças e adolescentes se tornou um dos temas mais discutidos entre profissionais de saúde mental. A popularização de jogos online, acessíveis a qualquer hora por meio de celulares, tablets e consoles, tem provocado mudanças no comportamento infantil, além de trazer sérias preocupações clínicas que envolvem desde o desenvolvimento neurológico até transtornos psiquiátricos.

Para médicos que acompanham o desenvolvimento infantojuvenil, especialmente endocrinologistas, neurologistas, cardiologistas e psiquiatras, compreender os sinais de alerta e as bases clínicas por trás do vício em videogames é fundamental para orientar condutas assertivas. E, mais do que isso, é preciso estar atualizado para lidar com esses novos quadros que a prática médica moderna exige.

Quando o uso se transforma em abuso

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Nem todo jogo é um problema. Mas quando o uso excessivo começa a interferir na rotina, no rendimento escolar, no sono e até no apetite da criança, é hora de ligar o sinal de alerta.

De acordo com o CID-11, o Gaming Disorder é caracterizado por um padrão de comportamento de jogo persistente ou recorrente, onde o controle sobre o tempo e frequência se perde, priorizando-se os jogos mesmo diante de consequências negativas. O DSM-5 também já reconhece esse tipo de dependência como condição que merece atenção clínica.

Sinais comuns incluem:

  • Isolamento social ou irritabilidade quando não joga
  • Queda no desempenho escolar
  • Privação de sono (e consequente desregulação do ciclo circadiano) para jogar mais
  • Refeições negligenciadas ou apetite desregulado
  • Resistência intensa a interromper o jogo

São pistas clínicas que não podem mais ser ignoradas. 

Importante: Em uma das aulas do Curso de Psicofarmacologia na Infância e Adolescência, do CursoMedi, teremos um módulo sobre esse tema, fique de olho para mais novidades.

Transtornos psiquiátricos associados ao vício em games

O abuso de videogames por crianças e adolescentes está longe de ser um problema isolado. Na prática clínica, ele frequentemente surge acompanhado de TDAH, Transtornos de Ansiedade, Depressão e até Transtorno de Conduta. O uso compulsivo de telas pode agravar ou mesmo mascarar esses quadros, dificultando o diagnóstico precoce.

Estudos recentes também indicam relação entre o uso excessivo de videogames e sintomas de disforia, impulsividade e comportamentos opositores. Crianças e adolescentes com vulnerabilidades prévias, principalmente com histórico familiar de transtornos mentais, tendem a desenvolver dependência mais facilmente.

Bases neurobiológicas do comportamento adictivo

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Entender o que acontece no cérebro ajuda a compreender por que o vício em videogames tem um efeito tão poderoso. Os jogos eletrônicos ativam o sistema de recompensa, liberando dopamina em níveis comparáveis ao uso de substâncias psicoativas.

A repetição dessas experiências reforça o comportamento e molda circuitos neurais relacionados ao prazer, reforço positivo e controle inibitório. Áreas como o núcleo accumbens, córtex pré-frontal e amígdala estão diretamente envolvidas nesse processo, tornando o comportamento de jogar cada vez mais difícil de controlar.

Além disso, o design dos jogos modernos é pensado para prolongar o engajamento, criando loops de recompensa que alimentam o comportamento compulsivo.

Psicofarmacologia aplicada às comorbidades

Embora o abuso de videogames por crianças e adolescentes em si não tenha um tratamento farmacológico direto, suas comorbidades frequentemente requerem intervenções medicamentosas.

Quadros de TDAH, Transtornos de Humor e Ansiedade, quando diagnosticados de forma precisa, podem se beneficiar do uso criterioso de psicofármacos. O tratamento deve ser individualizado e sempre integrado com abordagens psicoterapêuticas e familiares.

É aqui que entra a importância do conhecimento aprofundado em psicofarmacologia na infância e adolescência, uma área que exige atualização constante. Médicos capacitados têm melhores condições de prescrever com segurança e eficácia, considerando os efeitos colaterais e as particularidades do cérebro em desenvolvimento.

Intervenções não medicamentosas são fundamentais

Além da farmacologia, estratégias psicoeducacionais e comportamentais são centrais no manejo clínico. A abordagem precisa ser multidisciplinar e envolver todos os ambientes da criança.

Entre as ações eficazes estão:

  • Limites bem definidos para o uso de telas
  • Reestruturação da rotina com atividades físicas e interações sociais
  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC) individual ou familiar
  • Treinamento parental com foco em regulação emocional e comunicação
  • Intervenção escolar com mediação entre pais, professores e profissionais da saúde

Quando o tratamento envolve todos esses pilares, o prognóstico melhora consideravelmente.

A importância da capacitação médica contínua

Os quadros relacionados ao vício em games e ao abuso de videogames por crianças e adolescentes são recentes no vocabulário médico, mas já são realidade nos consultórios. Para acompanhá-los com segurança, os médicos precisam ir além do conteúdo das residências.

A prática clínica exige atualização constante. O conhecimento dos critérios diagnósticos atuais, das bases neurobiológicas e das condutas terapêuticas, tanto farmacológicas quanto não medicamentosas, deve fazer parte da formação de qualquer médico que atenda crianças e adolescentes.

Nesse cenário, a capacitação médica contínua é mais do que um diferencial. É uma necessidade.

Como o CursoMedi prepara médicos para esses novos desafios

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Sabendo da crescente demanda por conhecimento atualizado e clínico sobre saúde mental infantojuvenil, o CursoMedi desenvolveu programas voltados especialmente para médicos que atuam com esse público.

Entre os destaques estão:

Ambos os cursos oferecem uma formação dinâmica, com interação direta com professores, material clínico atualizado e formato pensado para a realidade de médicos que precisam conciliar rotina intensa com atualização de qualidade.

Conclusão: quando o jogo deixa de ser brincadeira

A linha entre o entretenimento saudável e o comportamento adictivo pode ser tênue. E, cada vez mais, médicos de diversas especialidades precisam estar atentos aos sinais, às causas e aos impactos do abuso de videogames por crianças e adolescentes.

Mais do que identificar o problema, é preciso saber como agir. A atuação médica é crucial para reverter o quadro, orientar famílias e aplicar as condutas mais seguras, eficazes e humanas.

Com conhecimento, sensibilidade clínica e capacitação contínua, é possível transformar esse cenário e devolver à infância o que ela tem de mais importante: equilíbrio, saúde e tempo de qualidade.

Para saber mais sobre como se aprofundar neste tema e em outros desafios da saúde mental infantojuvenil, conheça os cursos de atualização do CursoMedi.

Se você gostou de entender mais sobre os distúrbios causados pelo abuso de videogames com crianças e adolescentes e quer ficar por dentro de mais novidades como essa, acompanhe o Blog do CursoMedi e siga nossas redes sociais Instagram, Facebook e LinkedIn para mais conteúdos sobre saúde mental, atualização médica e capacitação profissional. Até a próxima!

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